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Gestão de Fornecedores à luz da ISO 9001

Raquel Paz • 8 de abril de 2020

A ISO 9001 na relação Cliente x Fornecedor

A gestão de fornecedores deve ser considerada como um desdobramento da estratégia tendo-se em mente a importância e a influência destes na produção e na prestação de serviços. Para se fazer uma boa gestão é preciso olhar para os compromissos assumidos, pela liderança com as partes interessadas, e expressos nos Requisitos das Partes Interessadas (RPI); e se estabelecer uma política de contratação com foco no atendimento ao RPI.
Nesse artigo vamos falar um pouquinho sobre a interação da ISO 9001 com a gestão de fornecedores, dentro desse contexto, e como a empresa pode gerenciar essa relação de modo a gerar valor para ambas as partes.
Raquel Paz

Quem fala sobre esse assunto é Raquel Paz, profissional com vasta experiência em consultoria, auditoria e treinamentos, com ênfase na qualidade. Especialista em avaliação de desempenho e diagnóstico organizacional, possui uma sólida carreira construída com muita dedicação e diligência na área industrial e serviços ligados à mineração, óleo e gás, energia, bebidas, saúde, educação e química fina em geral.
Ela nos traz uma reflexão sobre o uso da ISO 9001 na relação cliente x fornecedor, e nos dá valiosas dicas que podem ser usadas em qualquer organização.
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Antes de prosseguirmos vamos tratar alguns conceitos para que haja pleno entendimento da nossa abordagem.
Segundo a ISO 9000:2015 - Sistemas de Gestão da Qualidade - Fundamentos e Vocabulário, alguns temas que serão tratados aqui tem a seguinte definição:
  • Parte interessada: Pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade;
  • Provedor: Fornecedor. Organização que provê um produto ou serviço;
  • Requisito: Necessidade ou expectativa que é declarada, geralmente implícita ou obrigatória;
  • Política: Intenções e direção de uma organização formalmente expressos pela sua Alta Direção;
  • Desempenho: Resultado mensurável;
  • Melhoria contínua: Atividade recorrente para aumentar o desempenho.
Como falamos no início é de suma importância que a empresa estabeleça uma política de aquisição, também chamada de política de contratação, ou outras vezes, política de fornecedores. Essa política precisa ter, na sua estrutura, foco no atendimento ao RPI, e pode ser conectada também à política de compliance. Além disso, ela deve estar intimamente ligada à estratégia da organização, sendo relacionada à VISÃO. Na maioria das vezes, essa estratégia, é desdobrada em objetivos estratégicos. 
Sendo assim, a política de contratação deve ser elaborada tomando como base os compromissos assumidos pela organização para com os seus fornecedores críticos, ou grupos de fornecedores críticos por categoria de produtos ou serviços, assim considerados como parte interessada relevante.

Regras e diretrizes
Uma vez estabelecida a política de contratação, ela deve servir como diretriz para a elaboração de critérios de seleção, qualificação, e avaliação de fornecedores, bem como, o monitoramento e a medição do desempenho da qualidade destes, tanto por entrega quanto por comportamento das entregas num período de fornecimento. Ou seja, se os serviços e/ou produtos adquiridos atendem plenamente os requisitos de contratação.
Em linhas gerais, o pessoal responsável pelo processo de aquisição de produtos e/ou serviços, comumente denominado, Gerente de Compras, Gerente de Contratação, Gerente de Supply Chain, deve usar a política de contratação para estabelecer os critérios de seleção de fornecedores, como também os procedimentos inerentes à gestão destes.
A ISO 9001 é uma excelente ferramenta de gestão para apoiar a organização no estabelecimento de práticas que possibilitem o gerenciamento de seus processos desde a entrada dos requisitos do cliente até a entrega de valor, na forma de produtos/serviços. 
Fundamentada na metodologia do PDCA (Plan, Do, Check, Act), a ISO 9001 requer que sejam estabelecidos processos, métodos, controles e mecanismos de avaliação de desempenho da gestão da qualidade.
Do ponto de vista da gestão de fornecedores significa dizer que é necessário se estabelecer critérios para selecionar fornecedores críticos, métodos para avaliar o atendimento a estes critérios, controles para verificar o atendimento aos requisitos de contratação, mecanismos para avaliar o nível de conformidade por fornecimento em períodos preestabelecidos, indicadores de desempenho para se avaliar o comportamento de cada fornecedor, e por fim, métodos de análise da eficácia da aplicação da política de contratação e, consequentemente, o atendimento ao compromisso firmado entre a liderança e suas partes interessadas, definido no RPI
A adoção de várias sistemáticas proporciona um conjunto de informações dentro do sistema de gestão da qualidade, que serve para, após a análise crítica, ser usado para a tomada de decisão a respeito da aplicação de ações corretivas nas práticas gerenciais dos fornecedores e/ou de melhorias, encerrando assim o ciclo do PDCA na gestão de fornecedores. 
Desta maneira, é possível tornar real o valor gerado para as partes. De um lado o cliente (empresa contratante) que teve os seus produtos/serviços recebidos de acordo com o desejado e contratado, e do outro lado, o fornecedor que teve suas necessidades e expectativas atendidas.
Essa relação de valor começa com o entendimento das necessidades e expectativas dos fornecedores, como parte interessada, e termina na entrega de produtos/serviços para o cliente, que é quem "alimenta" financeiramente essa cadeia, gerando valor para ambas as partes.



A interação da ISO 9001 com o PDCA na gestão de fornecedores

Na figura ao lado mostramos o raciocínio lógico da interação dos requisitos da ISO 9001, no âmbito da gestão de fornecedores, com o ciclo do PDCA. Começando pela formulação da estratégia, passando pela elaboração de políticas, regras, diretrizes, objetivos, metas, critérios, procedimentos, até a realização das práticas na rotina (Operação), ou seja, na execução do processo de aquisição.  Continuando com a verificação do atendimento aos requisitos de contratação e dos níveis de desempenho do fornecimento, até a análise crítica de todas as informações geradas, para a tomada de decisão sobre ações corretivas ou de melhorias na gestão. (Os números no flip-chart são as cláusulas da ISO 9001)
Recapitulando:
Para se fazer uma gestão de fornecedores que gere valor para ambas as partes, na relação cliente x fornecedor, uma organização precisar observar as seguintes questões: 
  • Esclarecer a sua Visão de Futuro;
  • Definir quem são os fornecedores críticos ou grupos de fornecedores críticos;
  • Entender as necessidades e expectativas dos fornecedores críticos e assumir compromissos expressos em RPI;
  • Estabelecer uma política de contratação alinhada aos RPIs;
  • Estruturar o processo de aquisição alinhado à política de contratação;
  • Definir critérios para seleção, qualificação e avaliação de fornecedores coerentes com a política de contratação;
  • Estabelecer mecanismos para medir e monitorar o nível de qualidade do fornecimento, incluindo indicadores de desempenho;
  • Criar mecanismos para avaliar a eficácia da aplicação da política de contratação;
  • E por último, aplicar ações corretivas e/ou de melhoria nas práticas de gestão de fornecedores, que pode incluir a revisão na própria política de contratação.

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Por Raquel Paz 21 de janeiro de 2021
ESTRATÉGIA PESSOAL Todo mundo sonha com um futuro brilhante e cheio de realizações. Esses sonhos ganham destaque em determinados momentos da vida do indivíduo, seja na virada de cada ano, na conclusão de um curso ou formação, no início de uma nova etapa na vida, enfim. É essa capacidade de sonhar que nos mantém vivos, produtivos e dispostos a fazer o que for necessário pela realização dos nossos sonhos. Porém, o que muitas pessoas não percebem é que se esses sonhos não forem tratados de forma estruturada eles provavelmente não serão realizados, ou poderão até se realizar parcialmente, por sorte. O que acaba gerando frustração para a pessoa, e muitas consequências desagradáveis no aspecto emocional. Pensando nisso e conhecendo as ferramentas e métodos usados no ambiente corporativo para a realização das estratégias organizacionais, decidimos adaptar tais métodos para a pessoa física e assim aumentarmos a probabilidade de realização dos sonhos. Óbvio que aplicamos na nossa vida e vimos que da muito certo. Por isso trazemos nossa experiência aqui nesse blog procurando mostrar o passo a passo para a elaboração de um plano estratégico pessoal estruturado com base em ferramentas e métodos usados na formulação das estratégias organizacionais. Desejamos que você aproveite o máximo da nossa experiência de sucesso, e realize todos os seus sonhos, de forma assertiva.
Por Raquel Paz 3 de maio de 2020
O que deveria ser um valor para os sistemas de gestão muitas vezes se transforma num verdadeiro sofrimento para os auditados, e quem perde com isso é a organização. Esse foi o tema da nossa Live apresentada no Instagram no dia 22/04/2020. Quando se pensa em valor agregado é importante entender o sentido dessa expressão no contexto de uma auditoria. Se olharmos para o que o Fórum Internacional de Acreditação - IAF aconselha sobre as auditorias vamos perceber que toda a orientação é dada no sentido de se extrair o máximo de valor com a realização de uma auditoria. Valor é tudo aquilo pode ser usado amplamente por alguém, ou, tudo o que tem representatividade para alguém, ou algum negócio. Em linhas gerais, a definição de uma auditoria para um sistema de gestão é "...OBTER EVIDÊNCIA PARA DETERMINAR A EXTENSÃO NA QUAL OS CRITÉRIOS DE AUDITORIA SÃO ATENDIDOS...” A necessidade da realização de auditorias é um item mandatório em qualquer sistema de gestão, e a sua finalidade pode ser variada, mas com um propósito comum, que é a obtenção de informações relevantes à análise e tomada de decisão por parte da alta gerência. O que ocorre, de fato, é que na maioria das vezes, esse entendimento é perdido e as auditorias são conduzidas para "cumprir protocolos", ou "cumprir cronograma", ou mais ainda, "gerar registros para apresentar aos auditores externos". Percebe-se ai um total desentendimento do sentido real das auditorias, e consequentemente, uma inestimável perda de valor para a organização. Para orientar os sistemas gestão na obtenção de valor com a realização das auditorias, o ISO TC/176 - Comitê Técnico elaborou a ISO 19011, uma diretriz para a realização de auditorias, que faz parte do conteúdo programático dos treinamentos de formação de auditores. Essa é uma tentativa do ISO TC/176 de uniformizar a atuação dos profissionais que desempenham essa tarefa, seja pessoal próprio ou contratado pela organização. A condução das auditorias deve ser pautada em princípios, os quais precisam ser observados pelos auditores, são eles: Integridade, apresentação justa, devido cuidado profissional, confidencialidade, independência, abordagem baseada em evidência e abordagem baseada em riscos . Esses princípios associados à competência comportamental dos auditores levam ao valor agregado. Muitas vezes os auditores desprezam esses princípios provocando um verdadeiro sofrimento para os auditados, como por exemplo, emitindo juízo de valor ao analisar uma prática em funcionamento desconsiderando o princípio independência. Mas, não é só isso. Outro fator importantíssimo na condução das auditorias é o esclarecimento do que a organização pretende com aquela auditoria, ou melhor dizendo, que resultados a organização almeja obter com aquela auditoria. Se essa informação não estiver muito clara para ambas as partes, o risco de se ter uma "caça à não conformidades" é muito grande, ou a emissão de opinião pessoal do auditor a respeito de alguma prática confundida como oportunidade de melhoria, e por fim, uma conclusão de auditoria que não diz nada além do sistema estar implementado. Então, pensando nisso deixamos aqui algumas dicas que qualquer auditor precisa considerar na hora de preparar a sua auditoria. São elas: NEGÓCIO : Entenda bem o negócio da organização que será auditada, o mercado de atuação, as regras, leis aplicáveis; PRODUTOS/SERVIÇOS : Procure compreender quais são os produtos/serviços comercializados pela organização; OBJETIVO : Esclareça com quem te contratou, no caso de uma auditoria interna com o gestor do sistema de gestão, qual o objetivo da auditoria. Tenha isso por escrito; ESCOPO : Quais são os limites daquela auditoria, quais processos, áreas, unidades, instalações deverão ser auditadas; CRITÉRIO : Qual o padrão será usado, norma, legislação, documentos, procedimentos, instruções normativas. Este critério será o seu guia, a base para a construção da sua linha investigativa; PROPÓSITO : Porque a organização decidiu realizar aquela auditoria naquele momento. Esse entendimento vai muito além de simplesmente cumprir uma programação. Tenha em mente que esses pontos são fundamentais para você construir a sua linha investigativa, e que a sua jornada na busca de evidências deverá ser norteada por esses aspectos. No caso de auditorias realizadas nos fornecedores, para fins de homologação, por exemplo, procure entender também quais são os produtos/serviços que o seu cliente compra, ou pretende comprar desse fornecedor e investigue a conformidade das práticas em relação ao critério de auditoria usado na condução da sua auditoria. Seguindo essa linha de raciocínio você obterá informações, evidências, que vão sustentar a sua conclusão sobre o estado de conformidade em que o sistema se encontra naquele momento, fornecendo uma base consistente para a tomada de decisão pelos devidos responsáveis, e por fim, agregando valor ao negócio da organização. Esperamos que essas dicas sejam úteis ao seu desenvolvimento profissional. Se você gostou deixe o seu comentário/sugestão e siga-nos no Instagram para ficar por dentro de tudo que estamos compartilhando.
Por Raquel Paz 19 de abril de 2020
Os últimos acontecimentos ligados a pandemia do novo coronavírus que provocou o isolamento social e a ausência de atividades laborais convencionais, nos desafiaram a ir além e a enxergarmos a grande oportunidade que se descortinava diante de nós. Há tempos que nossos clientes vêm nos pedindo para ampliarmos a nossa voz levando o nosso conhecimento por intermédio das redes sociais, mas vencidos pela timidez, postergamos o máximo que pudemos. Mas com a imposição do isolamento social não teve jeito tivemos que sair do nosso casulo para nos aventurarmos, no que chamamos de "jornada digital". Então, em 16/04/2020 iniciamos uma série de Lives pelo Instagram abordando temas com perguntas e respostas esclarecedoras. Várias perguntas foram enviadas pelo nosso site e na Live discutimos as respostas que aproveitamos para apresentar aqui também. Dessa forma, quem perdeu a Live pode conferir tudo aqui e assim o conhecimento é mantido. A seguir apresentamos as perguntas e as respectivas respostas.
Segurança do Trabalho
Por Cristina Senra 8 de abril de 2020
Descrição de uma ferramenta para aumentar a conscientização de segurança no trabalho, através de uma mudança cultural da organização.
Por Raquel Paz 8 de abril de 2020
A versão 2015 da ISO 9001 trouxe a questão dos riscos para ser gerenciada juntamente com os outros elementos do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) . Embora já tenha se passado alguns anos desde a sua publicação, muitas dúvidas ainda pairam sobre esse tema e interpretações variadas são observadas na aplicação prática deste requisito. Por isso tomamos a liberdade de explorar esse assunto mostrando uma interpretação, que julgamos bastante razoável, fundamentada na própria ISO 9001 .
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