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RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS DA LIVE DE 16-04-2020

Raquel Paz • 19 de abril de 2020

DÚVIDAS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001:2015.

Os últimos acontecimentos ligados a pandemia do novo coronavírus que provocou o  isolamento social  e a ausência de atividades laborais convencionais, nos desafiaram a ir além e a enxergarmos a grande oportunidade que se descortinava diante de nós. 

Há tempos que nossos clientes vêm nos pedindo para ampliarmos a nossa voz levando o nosso conhecimento por intermédio das redes sociais, mas vencidos pela timidez, postergamos o máximo que pudemos. Mas com a imposição do isolamento social não teve jeito tivemos que sair do nosso casulo para nos aventurarmos, no que chamamos de "jornada digital". 

Então, em 16/04/2020 iniciamos uma série de Lives pelo Instagram abordando temas com perguntas e respostas esclarecedoras.

Várias perguntas foram enviadas pelo nosso site e na Live discutimos as respostas que aproveitamos para apresentar aqui também. Dessa forma, quem perdeu a Live pode conferir tudo aqui e assim o conhecimento é mantido. 

A seguir apresentamos as perguntas e as respectivas respostas.
Nesse período de pandemia e isolamento social, com muitas empresas paradas, outras funcionando parcialmente, com processos funcionando parcialmente, muita gente trabalhando em home office, etc. Como fazer para manter o SGQ funcionando e não gerar futuras não conformidades, por exemplo?

RESPOSTA: A ISO 9001 tem nos requisitos 6.1.1 - Ações para abordar riscos e oportunidades, e 6.3 - Planejamento de Mudanças, dois grandes suportes gerenciais para auxiliar na antecipação de fatos que permitam uma tomada de decisão assertiva. Contudo, esses dois requisitos não têm sido implementado com a robustez que eles merecem, se assim fora, muitos Sistemas de Gestão da Qualidade - SGQ teriam tomado medidas preventivas quando as notícias sobre o novo vírus começaram a circular no mundo, em janeiro de 2020.

Porém, se não há como mexer no passado podemos mexer no presente, e atentar para as decisões que estão sendo tomadas e comunicadas. Estas deveriam seguir ao determinado nas práticas de comunicação, requeridas no requisito 7.4. Porém, na maioria das vezes as práticas de comunicação são e-mail, quadros de avisos, boletim informativos e outros, o que pode se mostrar inviável neste momento. Sendo assim, é importante que uma autoridade com responsabilidade designada pelo SGQ faça as devidas adaptações nos documentos, para acolher os novos veículos e documentos de comunicação usados nesse período. Dessa forma a integridade do SGQ é mantida.

Outro ponto importante a se considerar é quanto às competências das pessoas, como requerido no 7.2. Muitos trabalhos tiveram sua forma de execução alterada, como por exemplo, os serviços de entregas (delivery), que antes eram feitos no próprio local, os trabalhos em home office, etc. Novas configurações de trabalho requerem atualização na definição das competências, assim como no registro de comprovação destas, em geral feito por meio de treinamentos nas plataformas digitais.

É importante observar que todas as informações relevantes geradas no SGQ neste período sejam devidamente protegidas para futuras análises críticas. 

Para determinado processo, usamos formulários de controle que atendam as necessidades do cliente. Em uma reunião de análise crítica, foi constatado que esses formulários foram atualizados diversas vezes, e estava prevista uma nova atualização devido a uma nova necessidade do cliente. Então o gestor do processo sugeriu excluir esse formulário e fazer o controle apenas por uma planilha não controlada, assim não haveria problema em adaptá-las. Então fizeram a mudança e descreveram no procedimento.
Essa tratativa está correta? Se não, qual seria a melhor tratativa para esse problema?

RESPOSTA: No requisito 8.2.3.1 é requerido análise crítica das necessidades do cliente para empresa saber se tem condições ou não de atender, antes de se comprometer com o cliente. E no req 8.2.3.2 a é requerido a retenção de informação documentada do resultado dessa análise. Então se o formulário contem justamente as análises das necessidades do cliente, não pode ser simplesmente excluído e substituído por uma planilha não controlada...isso é uma não conformidade. Pode ser usada uma planilha para lançar e analisar as necessidades do cliente, porém, essa planilha tem que ser retida de forma controlada dentro do SGQ.

Existe um período definido entre a ocorrência da auditoria interna e externa, ou alguma recomendação quanto a isto?

RESPOSTA: NÃO. São coisas distintas. A auditoria externa existe para verificar a manutenção do SGQ, ou para certificar ou recertificar. Para isso é necessário que o SGQ esteja mantido, ou seja que todas as práticas planejadas para atendimento do requisito 4.1 (contexto) ao 10.3 (melhoria contínua), estejam implementadas, e isso inclui a realização de auditorias internas. É importante atentar para a programação das auditorias, 9.2.2 a. O que foi definido lá, em termos de tempo, intervalo, etc.

Muitos indicadores da qualidade são medidos mensalmente na minha empresa, e tem alguns que tem medidas quinzenais? Como fica a curva de desempenho nesse período? Isso pode ter impacto nas metas? Como tratar isso?

RESPOSTA: Não há como medir, e sim é possível que as metas sejam impactadas. Então, uma autoridade dentro do SGQ precisa justificar essa ausência medição nesse período e assim a integridade do SGQ é mantida. Quando a empresa voltar a operar normalmente, a medição deverá ser continuada. 

A minha auditoria interna é feita a cada semestre em todas as áreas. Em Janeiro fizemos uma auditoria e a segunda está programada para agosto. Minha empresa está com os processos parcialmente paralisados e muitos trabalhos estão sendo feitos em home office. Quando o isolamento social acabar teremos que fazer uma nova auditoria, antes da programada para agosto?

RESPOSTA: SIM. O requisito 9.2.2 a Programação de auditoria requer que a programação de auditorias leve em consideração TRÊS situações: A importância dos processos concernentes; mudanças que afetam a organização e os resultados de auditorias anteriores. O que o mundo inteiro está passando é por uma tremenda mudança, desta forma, é essencial que uma auditoria interna completa seja realizada logo após a operação voltar ao normal.

Na minha empresa a reunião de análise crítica pela direção está programada para outubro, e até lá tudo já deve estar normalizado. Eu tenho que fazer uma análise crítica antes de outubro, ou posso seguir o calendário normal?

RESPOSTA: ÓBVIO QUE SIM. Com certeza. A finalidade da análise crítica como requerida no  9.3.1 “para assegurar contínua adequação, suficiência, eficácia e alinhamento com o direcionamento estratégico”. Face a essa grande mudança pelo que todo o mundo está vivendo é essencial para a continuidade do negócio, uma análise criteriosa de todos os eventos, decisões e alterações que aconteceram no período da paralisação, para permitir a liderança ter clareza quanto às decisões a serem tomadas no seu SGQ.

Como muitas empresas estavam paralisadas nós precisamos comprar alguns produtos críticos de empresas que não estavam cadastradas como FORNECEDORES APROVADOS. Isso pode gerar uma não conformidade no SGQ?

RESPOSTA: Não se a decisão tiver passada por uma análise das condições mínimas que esses fornecedores deveriam atender, primando sempre pela qualidade, e se tiver sido autorizado por uma autoridade designada apropriadamente. E mais, se foram feitos controles para confirmar a qualidade dos serviços prestados durante esse período. Agora se pretenderem continuar com eles na lista de fornecedores, vão precisar fazer a avaliação deles, e manter os registros da mesma forma que fazem com os outros.

Um dos parâmetros usados para programar a manutenção preventiva lá na minha empresa é o tempo de utilização das máquinas. Como a produção está parada e as máquinas também, ainda assim nós teremos que fazer a manutenção programada para abril? Se nem atingiu o número de horas de operação.

RESPOSTA: Sim. A máquina pode não ter atingido o número de horas de operação, mas principalmente pelo fato de ter ficado parada é preciso confirmar todos parâmetros de funcionamento antes de colocá-la em operação. Por isso, o nome da prática é manutenção preventiva.

As ações corretivas que estão programadas para a verificação da eficácia em abril que não puderem ser vistas por causa do isolamento social serão abertas novas não conformidades?

RESPOSTA: NÃO. Basta uma autoridade justificar e marcar uma nova verificação. Mas lembre-se que as ações que puderem ser feitas em escritório, como alteração de documentação, conscientização, pode ser verificada em modo remoto. As que forem operacionais não tem jeito, terão que aguardar a liberação da quarentena. Todas as decisões de alteração devem ser feitas por pessoa designada dentro do SGQ.

Na minha empresa todos os projetos de melhoria programados para 2020 foram cortados até segunda ordem. A minha gerência informou que só quando tudo voltar ao normal que poderemos discutir sobre esse assunto novamente. Sendo que esses projetos eram para tratar uma não conformidade apontada pela certificadora ano passado?

RESPOSTA: É preciso ver a não conformidade e a ação corretiva por inteiro, porque para tudo tem um jeito. Se a questão é falta de recursos ainda é cedo para dizer que o projeto está inviabilizado. É necessário aguardar os acontecimentos como recomendado pela gerência.

No SGQ da minha empresa tem documentos de 2016, alguns de 2017, e a maioria é de 2018. Eu tenho que revisar todo os documentos anualmente?

RESPOSTA: NÃO. A norma diz que deve haver controle de revisão, por exemplo. A pergunta é, para esses documentos mais antigos, o processo ao qual eles pertencem não passaram por nenhuma alteração nos últimos meses? A finalidade dos documentos é apoiar a operação eficaz dos processos, então se tais documentos cumprem o seu papel, não tem porque alterar, mas vale uma análise cuidadosa da funcionalidade desses documentos, pois podem estar sem função no SGQ.

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Por Raquel Paz 21 de janeiro de 2021
ESTRATÉGIA PESSOAL Todo mundo sonha com um futuro brilhante e cheio de realizações. Esses sonhos ganham destaque em determinados momentos da vida do indivíduo, seja na virada de cada ano, na conclusão de um curso ou formação, no início de uma nova etapa na vida, enfim. É essa capacidade de sonhar que nos mantém vivos, produtivos e dispostos a fazer o que for necessário pela realização dos nossos sonhos. Porém, o que muitas pessoas não percebem é que se esses sonhos não forem tratados de forma estruturada eles provavelmente não serão realizados, ou poderão até se realizar parcialmente, por sorte. O que acaba gerando frustração para a pessoa, e muitas consequências desagradáveis no aspecto emocional. Pensando nisso e conhecendo as ferramentas e métodos usados no ambiente corporativo para a realização das estratégias organizacionais, decidimos adaptar tais métodos para a pessoa física e assim aumentarmos a probabilidade de realização dos sonhos. Óbvio que aplicamos na nossa vida e vimos que da muito certo. Por isso trazemos nossa experiência aqui nesse blog procurando mostrar o passo a passo para a elaboração de um plano estratégico pessoal estruturado com base em ferramentas e métodos usados na formulação das estratégias organizacionais. Desejamos que você aproveite o máximo da nossa experiência de sucesso, e realize todos os seus sonhos, de forma assertiva.
Por Raquel Paz 3 de maio de 2020
O que deveria ser um valor para os sistemas de gestão muitas vezes se transforma num verdadeiro sofrimento para os auditados, e quem perde com isso é a organização. Esse foi o tema da nossa Live apresentada no Instagram no dia 22/04/2020. Quando se pensa em valor agregado é importante entender o sentido dessa expressão no contexto de uma auditoria. Se olharmos para o que o Fórum Internacional de Acreditação - IAF aconselha sobre as auditorias vamos perceber que toda a orientação é dada no sentido de se extrair o máximo de valor com a realização de uma auditoria. Valor é tudo aquilo pode ser usado amplamente por alguém, ou, tudo o que tem representatividade para alguém, ou algum negócio. Em linhas gerais, a definição de uma auditoria para um sistema de gestão é "...OBTER EVIDÊNCIA PARA DETERMINAR A EXTENSÃO NA QUAL OS CRITÉRIOS DE AUDITORIA SÃO ATENDIDOS...” A necessidade da realização de auditorias é um item mandatório em qualquer sistema de gestão, e a sua finalidade pode ser variada, mas com um propósito comum, que é a obtenção de informações relevantes à análise e tomada de decisão por parte da alta gerência. O que ocorre, de fato, é que na maioria das vezes, esse entendimento é perdido e as auditorias são conduzidas para "cumprir protocolos", ou "cumprir cronograma", ou mais ainda, "gerar registros para apresentar aos auditores externos". Percebe-se ai um total desentendimento do sentido real das auditorias, e consequentemente, uma inestimável perda de valor para a organização. Para orientar os sistemas gestão na obtenção de valor com a realização das auditorias, o ISO TC/176 - Comitê Técnico elaborou a ISO 19011, uma diretriz para a realização de auditorias, que faz parte do conteúdo programático dos treinamentos de formação de auditores. Essa é uma tentativa do ISO TC/176 de uniformizar a atuação dos profissionais que desempenham essa tarefa, seja pessoal próprio ou contratado pela organização. A condução das auditorias deve ser pautada em princípios, os quais precisam ser observados pelos auditores, são eles: Integridade, apresentação justa, devido cuidado profissional, confidencialidade, independência, abordagem baseada em evidência e abordagem baseada em riscos . Esses princípios associados à competência comportamental dos auditores levam ao valor agregado. Muitas vezes os auditores desprezam esses princípios provocando um verdadeiro sofrimento para os auditados, como por exemplo, emitindo juízo de valor ao analisar uma prática em funcionamento desconsiderando o princípio independência. Mas, não é só isso. Outro fator importantíssimo na condução das auditorias é o esclarecimento do que a organização pretende com aquela auditoria, ou melhor dizendo, que resultados a organização almeja obter com aquela auditoria. Se essa informação não estiver muito clara para ambas as partes, o risco de se ter uma "caça à não conformidades" é muito grande, ou a emissão de opinião pessoal do auditor a respeito de alguma prática confundida como oportunidade de melhoria, e por fim, uma conclusão de auditoria que não diz nada além do sistema estar implementado. Então, pensando nisso deixamos aqui algumas dicas que qualquer auditor precisa considerar na hora de preparar a sua auditoria. São elas: NEGÓCIO : Entenda bem o negócio da organização que será auditada, o mercado de atuação, as regras, leis aplicáveis; PRODUTOS/SERVIÇOS : Procure compreender quais são os produtos/serviços comercializados pela organização; OBJETIVO : Esclareça com quem te contratou, no caso de uma auditoria interna com o gestor do sistema de gestão, qual o objetivo da auditoria. Tenha isso por escrito; ESCOPO : Quais são os limites daquela auditoria, quais processos, áreas, unidades, instalações deverão ser auditadas; CRITÉRIO : Qual o padrão será usado, norma, legislação, documentos, procedimentos, instruções normativas. Este critério será o seu guia, a base para a construção da sua linha investigativa; PROPÓSITO : Porque a organização decidiu realizar aquela auditoria naquele momento. Esse entendimento vai muito além de simplesmente cumprir uma programação. Tenha em mente que esses pontos são fundamentais para você construir a sua linha investigativa, e que a sua jornada na busca de evidências deverá ser norteada por esses aspectos. No caso de auditorias realizadas nos fornecedores, para fins de homologação, por exemplo, procure entender também quais são os produtos/serviços que o seu cliente compra, ou pretende comprar desse fornecedor e investigue a conformidade das práticas em relação ao critério de auditoria usado na condução da sua auditoria. Seguindo essa linha de raciocínio você obterá informações, evidências, que vão sustentar a sua conclusão sobre o estado de conformidade em que o sistema se encontra naquele momento, fornecendo uma base consistente para a tomada de decisão pelos devidos responsáveis, e por fim, agregando valor ao negócio da organização. Esperamos que essas dicas sejam úteis ao seu desenvolvimento profissional. 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Segurança do Trabalho
Por Cristina Senra 8 de abril de 2020
Descrição de uma ferramenta para aumentar a conscientização de segurança no trabalho, através de uma mudança cultural da organização.
Gestão de Fornecedores
Por Raquel Paz 8 de abril de 2020
A gestão de fornecedores deve ser considerada como um desdobramento da estratégia tendo-se em mente a importância e a influência destes na produção e na prestação de serviços. Para se fazer uma boa gestão é preciso olhar para os compromissos assumidos, pela liderança com as partes interessadas, e expressos nos Requisitos das Partes Interessadas (RPI); e se estabelecer uma política de contratação com foco no atendimento ao RPI . Nesse artigo vamos falar um pouquinho sobre a interação da ISO 9001 com a gestão de fornecedores, dentro desse contexto, e como a empresa pode gerenciar essa relação de modo a gerar valor para ambas as partes.
Por Raquel Paz 8 de abril de 2020
A versão 2015 da ISO 9001 trouxe a questão dos riscos para ser gerenciada juntamente com os outros elementos do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) . Embora já tenha se passado alguns anos desde a sua publicação, muitas dúvidas ainda pairam sobre esse tema e interpretações variadas são observadas na aplicação prática deste requisito. Por isso tomamos a liberdade de explorar esse assunto mostrando uma interpretação, que julgamos bastante razoável, fundamentada na própria ISO 9001 .
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