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Minuto de Ouro - Conscientização para a segurança do trabalho

Cristina Senra • 8 de abril de 2020
Descrição de uma ferramenta para aumentar a conscientização de segurança no trabalho, através de uma mudança cultural da organização.
Cristina Senra
 
Profissional da Segurança no Trabalho com especialização em perícia do trabalho, tem sua carreira focada na indústria e serviços de engenharia.
Acostumada a liderar equipes, nas empresas por onde tem contribuído com o seu conhecimento, Cristina nos traz uma dica simples e muito funcional para ajudar a criar a cultura de segurança em qualquer organização. 
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Quando a palavra cultura de segurança surgiu pela primeira vez, o que eles queriam dizer? O que a comissão de energia nuclear do evento de Chernobyl queria dizer, quando declarou: 

“Não é somente sobre processos, tampouco sobre gestão! É sobre pessoas. É Cultura de Segurança.”



 
Quando analiso a composição da Cultura de Segurança, chego à conclusão que a cultura é composta por camadas:
 Crenças, Valores, Comportamentos, Hábitos, Cultura

A primeira camada, diz respeito às verdades profundamente enraizadas que temos e formamos, uma opinião formada ou convicção, a crença.
Os valores representam os princípios e ideais que são inegociáveis e preciosos, além disso será um norteador para valorizarmos nossa própria vida, saúde e integridade.
Os comportamentos em um terceiro nível, nascem a partir do conjunto de crenças e valores, começam tímidos, mas são contagiados quando guiados pelos belos exemplos.
Porém, o comportamento sem os hábitos fica muito suscetível ao clima organizacional, ao social, por isso, é vulnerável, pode ser inconstante.
Quando estes comportamentos são transformados em hábitos são constantes, constroem identidades e deixam legados, já não estão presos as pessoas, são parte do todo, dão origem à cultura.

O objetivo dessa prática é inserir a Segurança no Trabalho como um valor de uma organização garantindo a mudança de comportamento de todos os colaboradores.
Um dos métodos mais utilizados para a disseminação de conhecimento relativo à saúde e segurança no ambiente de trabalho, é o DDS - Diálogo Diário de Segurança, que tem como objetivo divulgar informações a respeito dos procedimentos de segurança para o trabalho. Além disso, ele é uma excelente oportunidade para a promoção das medidas de prevenção de doenças e acidentes. Sendo assim, ele deve levar não mais que 10 minutos e ser realizada sempre antes do expediente.
Funciona, basicamente, como uma forma de começar o dia com inspiração, conhecimento e prevenção!
 Esse diálogo deve oferecer orientações em geral, baseadas no local das atividades, EPIs que serão utilizados no ambiente, equipamentos, máquinas e tudo o que estiver ligado às operações.
Entretanto esse método, DDS, originalmente é realizado por líderes de produção e profissionais de Segurança do Trabalho junto aos trabalhadores.
A questão é, quando se trata de mudança de cultura, valor e comportamento temos que ir além do padronizado, temos que aprimorar as técnicas e garantir assertividade da ação.

A partir disso, surge a ideia do MINUTO DE OURO, que traz na sua essência o compartilhamento das experiências do próprio trabalhador (vivenciadas por ele, com a segurança do trabalho ou testemunhos de acidentes seja consigo ou com colegas ou exemplos de situações de segurança nas atividades diárias) com o outro trabalhador da organização.
A mudança é muito simples, quem transmite a mensagem de segurança no início das atividades de trabalho, não é o líder ou profissional da segurança do trabalho; e sim o trabalhador pertencente aquela organização abordando temas de segurança diariamente com sua própria linguagem para os outros trabalhadores daquele grupo.



O efeito dessa ação é muito positiva, de maneira que, os funcionários quando escutam o outro trabalhador dialogando sobre a importância de segurança no seu próprio ambiente, o impacto é muito maior, fazendo com que todos reflitam sobre suas ações e comportamentos!

A conscientização se inicia tímida, mas a cada novo tema diariamente surgem mais trabalhadores engajados e dispostos a falar sobre segurança do trabalho de forma a provocar nos outros trabalhadores uma mudança no olhar para Segurança em toda sua extensão.
O habito de praticar essa ferramenta gera no trabalhador uma consciência e responsabilidade para realizar suas atividades com mais segurança e ao retornar para seu posto de trabalho, ele está inspirado, presente, comprometido com a tarefa e consegue perceber detalhes e se antecipar aos riscos pelas histórias compartilhadas antes no MINUTO DE OURO pelos trabalhadores.
A ferramenta foi nomeada de MINUTO DE OURO, pois é realizada nos primeiros minutos iniciais que antecede a atividade laboral e de ouro, porque os colaboradores devem ser vistos como peça preciosa que detém um conhecimento técnico capaz de agregar valor à organização.



Como realizar o MINUTO DE OURO Principais dicas
• Estabelecer hora e local para que ocorra diariamente.
• Orientar o colaborador a não demorar na conversa, pois causa dispersão entre os funcionários. O MINUTO DE OURO deve ser executado em curto período de tempo, entre 0 a 10 minutos.
• Os assuntos tratados devem ser objetivos, visto que o tempo para discutir todos os tópicos selecionados é de no máximo 10 minutos, por isso, a objetividade é essencial para o sucesso da aplicação desta ferramenta no dia a dia das empresas.
• Os exemplos devem ser trazidos pelos colaboradores de acordo com sua preferência por temas. Apresentar situações reais de acidentes de trabalho, maneiras de prevenir, proteger a saúde nas atividades realizadas dentro e fora das empresas
Incentive a participação das lideranças durante cada MINUTO DE OURO para que acompanhem e estimulem o engajamento e comprometimento de todos com a segurança.
• Faça MINUTO DE OURO eventualmente com pessoas especializadas no assunto. Traga Técnicos ou Engenheiros em Segurança do Trabalho para tratar de áreas específicas, dará mais credibilidade. Uma visão de especialistas de fora da empresa, poderá alertar aos funcionários novamente sobre os riscos de forma eficaz.
• Crie um cronograma MINUTO DE OURO com os encontros, assuntos e os nomes dos colaboradores que irão ministrar o diálogo diariamente.
• No final do MINUTO DE OURO, deixe um espaço para dúvidas, sugestões e questionamentos.
• Por fim, documente tudo que for abordado em cada MINUTO DE OURO, registrando hora, local, número de participantes, assunto, duração, pois irá proporcionar uma melhor organização. O registro irá auxiliar no gerenciamento MINUTO DE OURO para observar os temas já abordados e identificar novos temas. Assim como, ter o controle da participação dos colaboradores.
A implementação do MINUTO DE OURO traz diversas vantagens tais como: aumento da produtividade; diminuição de acidentes do trabalho; engajamento dos funcionários; aumento do nível de satisfação; aumento do nível de segurança dos funcionários, aumento da conscientização e principalmente mudança da cultura organizacional trazendo para cada trabalhador um valor que até então é desconhecido ou esquecido - SEGURANÇA.
Entretanto, o ápice dessa mudança é compartilhar esse valor não somente no ambiente de trabalho, mas sim com a VIDA!
VIDA! MAIOR VALOR QUE EXISTE!!!


Lembre-se:
  •  A Segurança do Trabalho não é responsabilidade minha!
  • A Segurança do Trabalho não é responsabilidade sua!
  • A Segurança do Trabalho é responsabilidade de TODOS nós!

Se você gostou, tiver dúvidas ou quiser fazer qualquer comentário/sugestão clique no ícone acima e deixe a sua mensagem. 
Por Raquel Paz 21 de janeiro de 2021
ESTRATÉGIA PESSOAL Todo mundo sonha com um futuro brilhante e cheio de realizações. Esses sonhos ganham destaque em determinados momentos da vida do indivíduo, seja na virada de cada ano, na conclusão de um curso ou formação, no início de uma nova etapa na vida, enfim. É essa capacidade de sonhar que nos mantém vivos, produtivos e dispostos a fazer o que for necessário pela realização dos nossos sonhos. Porém, o que muitas pessoas não percebem é que se esses sonhos não forem tratados de forma estruturada eles provavelmente não serão realizados, ou poderão até se realizar parcialmente, por sorte. O que acaba gerando frustração para a pessoa, e muitas consequências desagradáveis no aspecto emocional. Pensando nisso e conhecendo as ferramentas e métodos usados no ambiente corporativo para a realização das estratégias organizacionais, decidimos adaptar tais métodos para a pessoa física e assim aumentarmos a probabilidade de realização dos sonhos. Óbvio que aplicamos na nossa vida e vimos que da muito certo. Por isso trazemos nossa experiência aqui nesse blog procurando mostrar o passo a passo para a elaboração de um plano estratégico pessoal estruturado com base em ferramentas e métodos usados na formulação das estratégias organizacionais. Desejamos que você aproveite o máximo da nossa experiência de sucesso, e realize todos os seus sonhos, de forma assertiva.
Por Raquel Paz 3 de maio de 2020
O que deveria ser um valor para os sistemas de gestão muitas vezes se transforma num verdadeiro sofrimento para os auditados, e quem perde com isso é a organização. Esse foi o tema da nossa Live apresentada no Instagram no dia 22/04/2020. Quando se pensa em valor agregado é importante entender o sentido dessa expressão no contexto de uma auditoria. Se olharmos para o que o Fórum Internacional de Acreditação - IAF aconselha sobre as auditorias vamos perceber que toda a orientação é dada no sentido de se extrair o máximo de valor com a realização de uma auditoria. Valor é tudo aquilo pode ser usado amplamente por alguém, ou, tudo o que tem representatividade para alguém, ou algum negócio. Em linhas gerais, a definição de uma auditoria para um sistema de gestão é "...OBTER EVIDÊNCIA PARA DETERMINAR A EXTENSÃO NA QUAL OS CRITÉRIOS DE AUDITORIA SÃO ATENDIDOS...” A necessidade da realização de auditorias é um item mandatório em qualquer sistema de gestão, e a sua finalidade pode ser variada, mas com um propósito comum, que é a obtenção de informações relevantes à análise e tomada de decisão por parte da alta gerência. O que ocorre, de fato, é que na maioria das vezes, esse entendimento é perdido e as auditorias são conduzidas para "cumprir protocolos", ou "cumprir cronograma", ou mais ainda, "gerar registros para apresentar aos auditores externos". Percebe-se ai um total desentendimento do sentido real das auditorias, e consequentemente, uma inestimável perda de valor para a organização. Para orientar os sistemas gestão na obtenção de valor com a realização das auditorias, o ISO TC/176 - Comitê Técnico elaborou a ISO 19011, uma diretriz para a realização de auditorias, que faz parte do conteúdo programático dos treinamentos de formação de auditores. Essa é uma tentativa do ISO TC/176 de uniformizar a atuação dos profissionais que desempenham essa tarefa, seja pessoal próprio ou contratado pela organização. A condução das auditorias deve ser pautada em princípios, os quais precisam ser observados pelos auditores, são eles: Integridade, apresentação justa, devido cuidado profissional, confidencialidade, independência, abordagem baseada em evidência e abordagem baseada em riscos . Esses princípios associados à competência comportamental dos auditores levam ao valor agregado. Muitas vezes os auditores desprezam esses princípios provocando um verdadeiro sofrimento para os auditados, como por exemplo, emitindo juízo de valor ao analisar uma prática em funcionamento desconsiderando o princípio independência. Mas, não é só isso. Outro fator importantíssimo na condução das auditorias é o esclarecimento do que a organização pretende com aquela auditoria, ou melhor dizendo, que resultados a organização almeja obter com aquela auditoria. Se essa informação não estiver muito clara para ambas as partes, o risco de se ter uma "caça à não conformidades" é muito grande, ou a emissão de opinião pessoal do auditor a respeito de alguma prática confundida como oportunidade de melhoria, e por fim, uma conclusão de auditoria que não diz nada além do sistema estar implementado. Então, pensando nisso deixamos aqui algumas dicas que qualquer auditor precisa considerar na hora de preparar a sua auditoria. São elas: NEGÓCIO : Entenda bem o negócio da organização que será auditada, o mercado de atuação, as regras, leis aplicáveis; PRODUTOS/SERVIÇOS : Procure compreender quais são os produtos/serviços comercializados pela organização; OBJETIVO : Esclareça com quem te contratou, no caso de uma auditoria interna com o gestor do sistema de gestão, qual o objetivo da auditoria. Tenha isso por escrito; ESCOPO : Quais são os limites daquela auditoria, quais processos, áreas, unidades, instalações deverão ser auditadas; CRITÉRIO : Qual o padrão será usado, norma, legislação, documentos, procedimentos, instruções normativas. Este critério será o seu guia, a base para a construção da sua linha investigativa; PROPÓSITO : Porque a organização decidiu realizar aquela auditoria naquele momento. Esse entendimento vai muito além de simplesmente cumprir uma programação. Tenha em mente que esses pontos são fundamentais para você construir a sua linha investigativa, e que a sua jornada na busca de evidências deverá ser norteada por esses aspectos. No caso de auditorias realizadas nos fornecedores, para fins de homologação, por exemplo, procure entender também quais são os produtos/serviços que o seu cliente compra, ou pretende comprar desse fornecedor e investigue a conformidade das práticas em relação ao critério de auditoria usado na condução da sua auditoria. Seguindo essa linha de raciocínio você obterá informações, evidências, que vão sustentar a sua conclusão sobre o estado de conformidade em que o sistema se encontra naquele momento, fornecendo uma base consistente para a tomada de decisão pelos devidos responsáveis, e por fim, agregando valor ao negócio da organização. Esperamos que essas dicas sejam úteis ao seu desenvolvimento profissional. Se você gostou deixe o seu comentário/sugestão e siga-nos no Instagram para ficar por dentro de tudo que estamos compartilhando.
Por Raquel Paz 19 de abril de 2020
Os últimos acontecimentos ligados a pandemia do novo coronavírus que provocou o isolamento social e a ausência de atividades laborais convencionais, nos desafiaram a ir além e a enxergarmos a grande oportunidade que se descortinava diante de nós. Há tempos que nossos clientes vêm nos pedindo para ampliarmos a nossa voz levando o nosso conhecimento por intermédio das redes sociais, mas vencidos pela timidez, postergamos o máximo que pudemos. Mas com a imposição do isolamento social não teve jeito tivemos que sair do nosso casulo para nos aventurarmos, no que chamamos de "jornada digital". Então, em 16/04/2020 iniciamos uma série de Lives pelo Instagram abordando temas com perguntas e respostas esclarecedoras. Várias perguntas foram enviadas pelo nosso site e na Live discutimos as respostas que aproveitamos para apresentar aqui também. Dessa forma, quem perdeu a Live pode conferir tudo aqui e assim o conhecimento é mantido. A seguir apresentamos as perguntas e as respectivas respostas.
Gestão de Fornecedores
Por Raquel Paz 8 de abril de 2020
A gestão de fornecedores deve ser considerada como um desdobramento da estratégia tendo-se em mente a importância e a influência destes na produção e na prestação de serviços. Para se fazer uma boa gestão é preciso olhar para os compromissos assumidos, pela liderança com as partes interessadas, e expressos nos Requisitos das Partes Interessadas (RPI); e se estabelecer uma política de contratação com foco no atendimento ao RPI . Nesse artigo vamos falar um pouquinho sobre a interação da ISO 9001 com a gestão de fornecedores, dentro desse contexto, e como a empresa pode gerenciar essa relação de modo a gerar valor para ambas as partes.
Por Raquel Paz 8 de abril de 2020
A versão 2015 da ISO 9001 trouxe a questão dos riscos para ser gerenciada juntamente com os outros elementos do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) . Embora já tenha se passado alguns anos desde a sua publicação, muitas dúvidas ainda pairam sobre esse tema e interpretações variadas são observadas na aplicação prática deste requisito. Por isso tomamos a liberdade de explorar esse assunto mostrando uma interpretação, que julgamos bastante razoável, fundamentada na própria ISO 9001 .
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